Monday, July 21, 2008
A vida é cheia de surpresas.
Mas não pra mim.
Thursday, May 15, 2008
subo os degraus devagar de forma que meus olhos contam quantos passos dou até o topo, são treze até a porta fechada que abro com a chave que tenho, entro junto com a luz da lua e deixo o casaco sobre o sofá e me pergunto em silêncio se poderia haver alguma cerveja, atravesso o corredor e abro a geladeira que não me mostra cerveja, mas sim uma garrafa de Run que estava sendo guardada para uma ocasião especial, aquela não era uma noite especial, tão pouco uma noite agradável, apenas como outra qualquer, ruim e triste, assim como são a maioria dos meus dias, abro a garrafa e bebo no bico sentado vento TV com a luz da sala apagada, a voz da apresentadora me incomoda por isso abaixo o volume até que se cale totalmente, escuto meu coração bater lentamente, me lembra que estou morrendo desde o dia em que nasci até hoje, bebo rápido e fico de porre depressa, agora a imagem na tela me incomoda, coloco em um canal sem sinal e fico admirando a televisão chamuscando cinza sem som quando o companheiro de casa chega abre a porta com pressa acede luz e se assusta com minha presença sombria e bêbada no sofá da sala, e me pergunta o que estou fazendo no escuro e vendo a tv chiar, “morrendo” eu respondo com a voz trêmula por causa da bebida, procure ajuda, ele me orienta e se vai para cozinha procurar por comida, continuo bebendo junto com meus pensamentos, o outro se senta com seu prato de comida e me oferece um pouco, mas eu havia parado de comer a algum tempo, pede para mudar de canal e fica falando alto, me atrapalha a pensar, me levanto com dificuldade; _olha aqui seu filho da puta, quer mudar de canal e ser enganado pois bem, SOCA O CONTROLE NO RABO!
jogo o controle na cara do rapaz falador e me tranco no quarto em pé na janela, escuto ele esmurrar a porta e gritar palavrões que não me abalam nenhum pouco.
jogo a garrafa vazia no terreno ao lado, encontro no chão meu caderno de anotações com um lápis velho dentro, abro sem critério e escrevo em qualquer pagina de qualquer jeito, “o mundo está se acabando, e eu junto com ele.”
durmo e tenho bom sonhos, acordo de bom humor noutro dia.
Saturday, May 03, 2008
Levantei da cama cedo e estranhamente sem ressaca, caminhei até a janela e acendi um cigarro, observei os pombos comerem as migalhas. O chão estava gelado e ventava no vão das minhas pernas me deixando com frio nas bolas do saco, a fêmea deitada na cama se vira de lado mostrando um pedaço da bunda com uma calcinha branca e fina, tinha uma ótima bunda e boas pernas, peito pequeno, vem pra cama amor ta frio aqui sem você, ela disse meio sonolenta, terminei o cigarro e me deitei por traz encaixando meu corpo no corpo dela e esquentando minhas bolas geladas, você é escorregadio amor, difícil de prender, acho que ela disse isso sonhando, estava com os olhos fechados, tinha Martini na geladeira desde a noite anterior, bem gelado do jeito gostoso de beber, esperei ela dormir direito e me levantei novamente pra checar o Martini, ele estava lá, a minha espera, os dias frios voltaram, com ele aquela tristeza no ar, tempo ruim, cinza e sem ressaca, outro cigarro, televisão, sentado pelado na sala escuto som da descarga e a porta se abrindo, ela não lavou as mãos, pensei, veio e se deitou colocando a cabeça nas minhas pernas, deixei um beijo na boca com gosto de bebida, nossa que frio, sorte o Martini na geladeira, mais aí eu pensei, e quando a bebida acabar?
Wednesday, March 12, 2008
Maldito bebedor de vinho quente e barato
Fica sentado em frente ao computador seguindo suas ordens diárias
Chega em casa e deita sobre a roupa suja na cama sem lençol
Trabalha até de madrugada e deixa a namorada preocupada
Gosta de comer com o prato na mão, queima a língua porque não espera a refeição esfriar
Não gosta do sol, não gosta de passar frio, gosta da noite, não gosta de seus dias
É hipócrita e não liga para os mendigos na calçada
Nunca ateou fogo em ninguém
Nunca matou ninguém
Tem ódio guardado dentro do peito aberto e escancarado
Fuma cigarros em pé olhando para o teto
Não sabe o que procura
Quem é você afinal Caseiro?
Quantos são você que vive?
Quantos de você já deixou de lado?
Anda na rua esbarrando em todo mundo
Não olha nos olhos das pessoas
Tem medo dos cachorros sarnentos e podres
Tem coragem suficiente para escutar seu coração
Não liga para que os outros dizem
Preocupa-se com o que os outros pensam
Acredita no fim do mundo
Conhece a força do amor
Se entrega de corpo e alma
.............................
Me diga agora, quem é você?
O reflexo no espelho nada diz
Pergunto novamente, desta vez com menos delicadeza
Quem diabos é você caralho!?
O silêncio é sua resposta
Não adianta, o reflexo só quer saber de beber e fumar cigarros ou biras encontradas no chão do banheiro mas não me diz nada do que eu quero saber, embora a resposta esteja sempre na ponta da língua, talvez estivesse fazendo a pergunta errada, talvez ele esteja jogando comigo, me fazendo acreditar em mentiras, escondendo de mim alguma verdade importantíssima, ou apenas se divertindo enquanto a morte não chega, de qualquer maneira ele não é de muita conversa, até que alguém bate à porta com violência e grita com uma voz rouca do lado de fora possivelmente querendo mijar ou cagar ali, “Porra! Morreu aí dentro Caseiro!?” A pergunta fez o reflexo pensar, acho que agora foi ele quem me perguntou “Você morreu aí Carlos Caseiro? Ou você está vivo?”
Monday, January 21, 2008
Meu corpo te pertence
Nisso talvez concordamos
Porque foi feito um para o outro
Eu e você
Seus olhos
Meus olhos
Tua boca
Teu seio
Seu gemido baixinho no meu ouvido
Nosso suor
É tudo tão certo como o dia que sempre nasce
Vou te conquistar
Vou entrar
Não vou mais sair
Da nossa cama na floresta
Aonde nossos gritos não podem ser ouvidos por mais ninguém
Aonde o tempo parece ir devagar
Como num sonho
Nossos sonhos
Beijar cada pedacinho de você
Fazer amor bem devagarzinho
Te dar arrepios ainda maiores
Te fazer gemer ainda mais alto
E te fazer ainda mais feliz
Ver teu corpo gozar sobre o meu
Continuar com nossos jogos
E levar nosso amor adiante
Porque eu não quero só você
Quero tudo que é teu
E te dou tudo o que é meu
Monday, January 14, 2008
Você se levanta
Já de mau humor
Ainda com sono
E com vontade de deitar
Prepara um café amargo
Come um pão antigo
Engole rápido e mastiga pouco
Caminha por entre os pombos
Tenta não pensar em nada
Sente o vento gelado da manha
E tira alguns cigarros do bolso
Se senta no banco da praça
Espera a espelunca abrir
Deseja mal a alguém
Se arrepende logo em seguida
O bar não abre
O cigarro acaba
Os pombos te deixam só
E você se sente uma merda na calçada
Ao voltar pra casa
Percebe que é tudo mentira
Tudo o que lhe ensinaram
E que existe apenas uma verdade
Que ninguém sabe ao certo
Que você nem imagina
Mas que te guia todos os dias
Que te leva até a morte
E te abandona no momento crucial
Como seu pai
Que soltou a bicicleta sem você perceber
Mais você não caiu
Ou você caiu
Depende se você está pronto
Se tem medo da queda
Se não gosta do chão
Ou se gosta do ar
Você cai
Levanta?
Tenta de novo?
Aprende enfim a equilibrar-se
Aprende enfim a chorar
Esquece como se sofre
Esquece das mentiras
Se concentra somente na verdade