Saturday, February 06, 2010

Acho que foi em uma sexta-feira que aconteceu, fez muito calor de dia e a noite chovia forte com relâmpagos. Eu não conseguia dormir por isso arrastei meu colchão para a sala e fiquei assistindo televisão, e a programação da madrugada não estava realmente muito boa, mas não havia muito o que se fazer de qualquer forma, não havia bebidas na geladeira, nem no armário ou debaixo da cama e fez com que a vida ficasse mais escura.

A vida é dura.

Era impossível não pensar em você.
Tão linda.
Que invadia meus sonhos me deixava sem saída. Todos os dias eram assim e uma lembrança doce sua me vinha à cabeça quando eu estava distraído, era a única coisa boa que me acontecia, me fazia querer ser uma pessoa melhor só pra te agradar e te ver feliz, espantar todas as suas tristezas que eu não conhecia por estar longe, e por eu ser uma pessoa difícil e solitária.

O cigarro acabou. E o meu tempo também. De dentro da bolsa de couro minha mão traz consigo uma arma fria, pesada e carregada. Mesmo contra minha vontade consciente eu aponto o revolver contra minha orelha e puxo o gatilho com os dedos trêmulos.
Ainda me lembro do zumbido agudo que ficou na minha cabeça, de ver pedaços do meu cérebro espalhado pelo chão e de acompanhar o final de um comercial de sabão em pó, que passava na TV.
O tempo de hesitar passou.
Depois o silencio.
Depois você.
Só você.


Acho que se apaixonar é uma forma de suicídio, de saudade, mesmo quando se esta por perto, enroscado em braços, e com cabelo na boca sentindo o cheiro do seu corpo, te olhando nos olhos do jeito que eu gosto de fazer, pra afogar na sua boca e esquecer da vida.