Monday, December 03, 2007

Então era isso, o jornal me falava claramente na língua que eu conheço que botaram fogo no mendigo deitado na calçada enquanto dormia, acordou em chamas, a policia conta também com o fato de ele mesmo poderia ter se incendiado, não saberia dizer qual das duas hipóteses me assustava mais, decidi sair de casa e dar uma volta para poder pensar melhor, sem que as outras pessoas tirassem a minha preciosa concentração.

Haviam também na minha cidade mendigos deitados nas praças e calçadas, estavam em toda parte com seu cheiro de álcool e sua presença fétida, mas mesmo assim eu não pensaria em por fogo neles, por que deveria? O que as pessoas pensam quando ateiam fogo nas outras, precisava saber, por isso voltei em casa e peguei o frasco com óleo e um fósforo, claro que não iria queimar nenhum mendigo, mas precisava chegar ao limite, pra checar a sensação e ainda na minha rua encontrei a primeira espécime de mendigo deitado em frente a uma concessionária com cobertores sujos e grossos, joguei o óleo sobre ele que pareceu não notar, nem parecia que estava vivo na verdade, risquei o fósforo, e fiquei pensando, bom agora é só jogar o fogo e sentir o cheiro de queimado, mas não sentia nenhum prazer nisso, aproveitei a chama e acendi um cigarro, a policia passou nesse momento, apitou a sirene e uma voz furiosa de homem ecoou na minha cabeça vazia, parado aí seu filha da puta, joga o óleo no chão e coloca a mão na cabeça, joguei a garrafa no chão e corri em sentido contrario do veiculo, até que ele manobrou rápido porem eu já estava longe dentro de algum bar, sentado em uma mesa pequena observando as pessoas jogarem uma sem graça partida de sinuca, elas não me pareciam felizes, na verdade, ninguém demonstrava muita felicidade ultimamente, muito menos eu, e era essa a impressão que tinha nesse momento do mundo todo, guerras, doenças, fogo, cinzas e morte, tudo se resumia a isso, eram os temas favoritos dos jornais, resolvi que deveria fumar aquele cigarro e me matar, talvez me colocasse fogo ali mesmo no bar só pra atrapalhar o jogo de sinuca, pedi ao garçom que me trouxesse a bebida com a maior porcentagem de álcool em uma dose bem grande, ele trouxe rápido, mas quando fui derramar sobre mim a minha própria morte o celular apitou, nova mensagem, seria a ultima coisa a ler antes de deixar tudo aquilo pra traz, e era você:

“boa noite meu gato;

não beba muito essa noite;

penso sempre em você.”

Deixei o cigarro aceso sobre a mesa e saí do bar sem pagar a conta, voltei ao mendigo que ainda dormia todo molhado de óleo, acordei o homem, e lhe ofereci uma bebida quente pra vencer o frio, bebemos juntos conversamos e fumamos cigarros.

Ainda tinha a guerra, o fogo e a morte, a fome e a desilusão, mas você me mandou uma mensagem essa noite, e mesmo com isso tudo, o mundo não deve ser assim tão ruim.

Thursday, November 29, 2007

Pra que hesitar?

se o abismo




está sempre






bem à sua frente!

Sunday, November 25, 2007

"Gata, por que está tão longe?
tão gelada?
teu lugar é do meu lado do jeito que você quiser
por que está tão fria comigo?
teu corpo é uma ilha
eu vou tomar teu corpo pra mim
e você vai adorar isso
e vai sorrir
e vai me fazer sorrir”

Então deixei o bilhete assim junto com a conta do bar e escrevi o endereço do lugar aonde eu vivia no verso, chamei a garçonete, disse-lhe; olha querida, tem um presentinho pra você aqui dentro, é um bilhete, leia depois que eu sair por aquela porta, sei que você deixa o serviço somente depois das três, então não se aprece, eu estarei te esperando.

Saí sem dar explicação, e caminhei lentamente pelo caminho de volta pra minha casa respirando o ar fresco da madrugada, ainda tive tempo para comprar alguns cigarros num boteco qualquer, entrei em casa andei até a geladeira retirei a garrafa de Run e me sentei no sofá, não tranquei a porta, estava a espera de visitas, ela talvez aparecesse.

Thursday, November 22, 2007

Não me faças levantar no meio da madrugada

pra andar de noite pelas ruas bebendo

bater na tua porta quase caindo

só pra dizer que eu te amo

que ando te procurando em todos os bares da cidade

Noites frenéticas

companhias das mais alucinantes

e uma infinidade de bebidas alcoólicas

É por você que eu bebo

porque teu olhar fere, me dá medo e me dá coragem

me sustenta e tira o sono

é teu olhar, esse que me persegue em todos os olhares

é teu grito quando goza

é teu cheiro de manha

essa vida tão curta.

Wednesday, November 14, 2007

Campos do Sul.

Como é bom caminhar por entre os vales e florestas encantadas do sul, sem tropeçar em alguma maldita bomba ou alguma mina esquecida e perder a perna, perder minha perna! Como posso caminhar, como um anjo sem asas voar! como posso?
A inquestionável verdade está a mostra, queira ou não, acredite se quiser, se não, morra filho da puta desalmado que não se enquadra no perfil, caia no meio fio, morto e moribundo, pedindo esmola, cada moeda é um dia a menos na sua vida, e uma pinga a menos no buteco.
Seja enganado e saiba que está sendo enganado, e aceite a ceita que nos cérca, estamos cercados, fadados, fardados, camuflados de vontade de ser invisivel pra não sermos roubados pelo ladrão, pois preciso de dinheiroa para pagar os impostos, que ladrão hein.
Cale a boca e escute, não, não escute, fique mudo, cego, invisível e sem voz, mudo e cego, cegueira é doença ou vontade? ou preguiça?
Pra onde todos estão indo? correndo de quem? dos Et's? a guerra dos mundos? não! a guerra do mundo! alí na esquina...vê... a menina com os pés descalços? sim é a guerra...e o Manuel...50 anos depois ele ainda continua a puxar a carroça, e quase morre atrpelado pelo carro conversível que passa no sinal vermelho.

Saturday, November 10, 2007

Carlos Caseiro.
Sábado, 10 de novembro de 2007.


Essa noite sonhei com você.
Foi um sonho bom e calmo.
Você estava com o cabelo cobrindo parte do rosto.
Seu olhar era doce e convidativo.

Foi um sonho comum, com uma história distorcida.
Sem passado nem futuro.
Apenas você.
Andando na sala em volta da mesa.
Sentando e encolhendo as penas no sofá.
Rindo tímida, frágil e minha.

Nesse meu sonho você conversava comigo e eu te escutava.
Olhava pra você, te via linda e ouvia cada palavra com carinho.
E quando você terminou de dizer eu concordei com a cabeça,
Te coloquei envolta dos meus braços,
E beijei seus lábios molhados.

Essa noite sonhei com você.
Foi um sonho maravilhoso.
Foi o dia mais feliz da minha vida.

Friday, October 26, 2007

O dia era 24 o mês outubro e as horas eu não me lembro muito bem, mas era ainda de manha antes do almoço, eu estava com fome.

Sentado em frente ao computador com a cabeça sendo escorada pelo braço apoiado sobre a mesa olhando para tela plana recheada de informações inúteis para mim eu passava a manhã no trabalho sem grandes emoções porem com muito serviço e aquilo tudo estava acabando comigo, todas aquelas pessoas sorridentes e despreocupadas completamente indiferentes ao verdadeiro caos que se estabelecia no mundo naquele exato instante em que fingíamos que estávamos em paz.

Eu não estava em paz.

O entra e sai dos funcionários dos outros departamentos na minha sala me enfurecia crescentemente, me diziam coisas sem importância e extremamente complicadas, sem arte, sem poesia ou amor, completamente sem importância.

Sem aviso prévio me bateu de repente uma vontade imensa de escrever qualquer coisa em qualquer lugar, sair pintando pelas paredes do escritório com o batom vermelho da minha chefe e o pior é que eu sabia onde estava o batom e as paredes estavam ali na minha frente totalmente brancas, o que me impedia de satisfazer aquela minha vontade insana? Apenas a minha consciência me mantinha sentado em frente ao computador, mas os limites se dissolviam a cada segundo e eu precisava sair dali imediatamente do contrario seria despedido.

Saí do serviço sem avisar e corri na chuva intensa até chegar em casa e me sentar em frente a maquina de escrever para que todo molhado eu pudesse libertar aquele impulso criativo emocionante que assombrava minha alma. Mas nada aconteceu! as palavras não brotavam, não nasciam nem se quer existiam, me levantei andei em círculos e fumei vários cigarros tentando extrair do fundo da minha consciência tudo aquilo que momento antes estava claro e que agora havia desaparecido por completo, eu me sentia um inútil, derrotado pela minha própria incapacidade de dizer as pessoas os meus sinceros sentimentos, precisava contar a alguém o quanto eu a amava, então era isso! Resolvi sair de casa para poder declarar ao mundo todo meu amor, e vi andando por entre os carros uma mulher ruiva com uma saia curtíssima e uma bolsa rosa parecendo uma prostituta e talvez ela fosse mesmo uma prostituta mas eu não me importava só queria que ela soubesse o quanto eu admirava aquela mulher forte e tão cheia de vida e disposta a enfrentar tudo o que viesse em seu caminho, disse-lhe:

_ Mulher das ruas com cabelos da cor do sol, eu te amo, sei que você não me conhece e por isso o nosso amor é tão maravilhoso (ela começou a fazer uma cara esquisita) e sei que você também me ama, sei por que eu posso sentir seu amor à distância, posso sentir a energia que existe entre as nossas almas e também de todas as almas... ela me interrompeu dizendo:

_O programa é dez real.

_Não você não entende, meu amor por você vai alem de qualquer dinheiro ou programa eu só queria...

_Se não vai pagar não tem programa!

Era inútil, ela não conseguia entender, então comecei desesperadamente a abordar as pessoas nas ruas para poder deixar fluir toda aquela sensação maravilhosa que eu estava sentindo, mas elas pareciam sempre muito ocupadas e sem tem tempo para besteiras como o amor e paz, e novamente a tristeza se abateu sobre mim, eu era a derrota com pernas, então comecei a chorar e não tinha vergonha disso, e nem assim as pessoas me notavam, passavam e esbarravam em mim mas não percebiam o meu sofrimento, eu estava invisível, então voltei pra casa, para o meu quarto, minha fortaleza segura, estava chorando agora com mais fervor as vezes chegava a soluçar, agarrava meus joelhos e ficava em posição fetal me sentindo frágil e sozinho com um imenso fardo nas costas cujo peso era demais para suportar e neste momento a campainha tocou e ao mesmo tempo bateram na porta, mas eu não queria ver ninguém, não queria que ninguém me visse então me arrastei para debaixo da minha cama e fechei meus olhos tentando fazer com que tudo o que existia fora do meu quarto desaparecesse e pouco a pouco eu fui me acalmando e voltando ao meu estado normal de consciência e ao abrir novamente os olhos eu descobri um giz de cera esquecido entre a poeira existente debaixo de toda cama, então peguei o giz com a ponta dos dedos, segurei firme e pressionei contra meu peito e disse pra mim mesmo:

_ Caseiro essa é a sua última chance seu imbecil, pense bem o que você vai escrever, sua vida depende disso.

Escrevi na parede debaixo da cama:

Vai chegar um tempo em que os homens serão capazes de controlar perfeitamente todo o amor e energia que existe dentro de cada um, e esse processo não é um processo fácil e rápido, ele é lento e tortuoso, mas já começou.

Escrevi e depois li, uma lágrima escorreu, saí de debaixo da cama e me levantei, tinha explicações a dar no trabalho.

Thursday, October 11, 2007

eram dias tão longos
noites tão curtas
essas que eu passava sempre sozinho

Caseiro você está derrotado sentado na pequena varanda de sua casa em Los Angeles, sua rua e suas palmeiras que dividiam as pistas estavam imóveis e sem movimento, havia uma folha em branco e um lápis pequeno dividindo a mão com um cigarro pela metade esperando para ser tragado, ele foi, e ao voltar deixou cair na folha uma pequena cinza manchando o que estava limpo e dando início a um novo poema que se escreveu.

detalhes
observo-te nos seus detalhes
se boceja ao ver alguém bocejar
se canta músicas cafonas ao acordar
se abaixa a blusinha para tampar a barriga minúscula
sentimentos piegas e contraditórios esses que eu tenho
sempre a te procurar
sempre a te imaginar
sou um romântico a moda antiga
talvez perdido no tempo
talvez encontrando alguma coisa


escrevi de uma só vez e não alterei em nada o que acabara de escrever na folha antes em branco agora manchada pelas cinzas de um cigarro que acabou, escondi o poema, certas coisas que escrevo jamais devem ser lidas por ninguém, terminei o copo de vodka que não era meu e me deitei já meio bêbado mesmo sabendo que não iria conseguir dormir por enquanto, me levantei destranquei a porta do meu quarto e voltei a beber com as outras pessoas, ninguém pareceu ter notado a minha ausência e continuei concentrado escutando a conversa dos outros bêbados, eu sou assim mesmo, sempre te venerando em silêncio, sem que ninguém saiba esse é meu pequeno segredo, o meu amor impossível, meu amanhecer, minha incansável imaginação.

Sunday, September 16, 2007

Acordo cedo, antes do sol se levantar eu me levanto, molho o rosto com água da bacia de prata, olho pelo alto da torre ao lado da minha bandeira sem cor que move agitada com o vento, os campos não são tão verdes como nas pinturas na parede, nem como eram antigamente, calço minhas botas de couro, aperto a fivela e coloco minha armadura de ferro, desço a escada em espiral e saio pelo portão da frente.

Montado em meu cavalo e segurando minha espada velha e enferrujada.

Existe uma guerra acontecendo, eu estou no meio dela, no meio disso tudo, mas não sei bem ao certo quem são meus inimigos pois eles estão tão bem disfarçados que poderiam se sentar para jantar e ir embora sem dizer obrigado.

Às escuras meu cavalo retorna para casa todos dias pelo mesmo caminho, sem me fazer perguntas, como sou eu quem estou montado nele eu sigo sem reclamar, poderia ir a pé se quisesse mas iria me cansar ou me perder pelo caminho.

Derroto os dragões mas eles não morrem, e com o tempo se multiplicam, não vão embora mesmo que eu reze, deveria aprender a lutar melhor, para derrota-los com mais freqüência e mais facilidade, mas a guerra me impede de treinar mais.

Chego enfim ao castelo mais longe, mais perigoso e com mais inimigos, subo até a torre mais alta do quarto mais alto, mas não tem princesa, não tem lobo, não tem ninguém, talvez eu tivesse chegado tarde demais, ou até mesmo cedo demais.
Retorno pelo mesmo caminho, sem espada, sem escudo, sem princesa alguma, sem vitórias ou sem derrotas, apenas retorno para o meu lar.

Satisfeito com meu pedacinho, eu me levanto outra vez, molho novamente minha cara com água limpa para começar o dia, olho minha bandeira sem cor, e saio com meu cavalo que me guia para onde ele quiser, em algum lugar aonde a guerra sempre acaba e recomeça outra vez, aonde não existe tempo para descanso, aonde o perdão está fora de moda, pois nada mais é pecado, não existem mais culpados, sem pessoas totalmente vencedoras ou totalmente derrotadas, apenas nós todos aqui, no meio disso tudo, tentando sobreviver.

Crendo sempre no amanhã, agradecendo sempre pela brisa refrescante, e mesmo que as vezes duvidoso, sempre confiante e fortalecido por uma palavra antiga:
Esperança.

Friday, June 01, 2007

Entrei e me sentei.
A garçonete veio lentamente.
Vestido branco e avental vermelho xadrez.
Caneta no canto de uma das orelhas e bloquinho de papél na cintura.

Pedido.
Coca.
Run.
Ah! e traz um fósforo faz favor.
Obrigada você víu!

Minutos.

Coca e run.
Cigarro.
Jornal.

O homem entra mas não se senta.
Olha no meu olho e faz cara feia.
Deve ser fome coitado.
Contina olhando.

_ Aqui ó eu te conheço!?

_ Filha da puta! Agora você vai pagar.

Sacou a arma do saco.
38 eu acho.
Disparou uma vez.
Na cabeça.

Eu continuei sentado.
Olhos abertos.
Cheiro de cabelo queimado.
Sangue na testa.

continuo sentado aqui até hoje.
mas sumiu todo mundo.
a garçonete nunca mais voltou.
pena! tinha ótimas pernas.

Wednesday, May 23, 2007

Mais um pouco de solidão em minha vida

A solidão nos revela, não nos transforma, mas mostra para nós mesmos quem somos.
No fundo do nosso ser, quando a solidão e um pouco de loucura faz com que você converse sozinho, aí sim, teremos uma conversa sincera, teremos a verdade por trás das muitas mascaras que usamos diariamente, somente solitário suas preces são atendidas, suas taras consumidas na imaginação mais perversa.

Somente no intimo de seu ser, no calabouço de seus pensamentos, aonde ninguem mais pode escutar sua voz, é que você diz a verdade para si mesmo.
É que você se encontra, e da direção a sua índole, e o rumo de sua vida.
Somente sozinho você consegue se amar.
Somente só você é feliz.
Você é feliz? (responda quando estiver sozinho).

Thursday, April 26, 2007

Essa é para aqueles que acreditam na vida
Que agradecem a Deus pela brisa refrescante
Que não se importam em doar mais do que receber
E no rapidíssimo trem da vida colocam a cabeça pra fora da janela e fazem os olhos lacrimejarem

São para esses, as asas que permite ao homem voar
A liberdade dos pássaros
A felicidade das crianças
E a força da juventude

São para estes jovens a palavra de um velho
VIVAM ENQUANTO É TEMPO!
Lembre-se que a vida acaba
Então troque o tudo, pelo o nada
Troque o sofá pela estrada
A tristeza pelo amor

E talvez assim você consiga
Alguns dos sentimentos mais importantes que existem
E o título dado à você por você mesmo:
Juventude eterna.

Tuesday, March 06, 2007

É noite e eu não consigo dormir
Na televisão aquilo que eu já sei, e talvez sempre soube
Sento na janela do meu quarto de apartamento, “apertamento” penso
Fumo cigarros e observo prédios altos e imundos com a nossa sujeira
Por que ninguém diz nada, por que ninguém grita um uivo de liberdade?
Estou derrotado, nascemos derrotados, cabe a cada um vencer, sempre
A vitória de um homem, às vezes se esconde, num gesto nobre que só ele pode ver
Eu não vejo, mas ainda existe esperança
E esse é o mal da esperança, ela nunca morre, e ilude
Não vejo estrelas no céu, mas ainda sim sei que elas existem
Existem
A existência de um homem pode ser salva por um gesto de total caridade
Um gesto de total amor
A Deus e ao Próximo
A você mesmo
Pense sobre o fim do mundo
Se ele fosse hoje você se salvaria?
Ou beijaria o demônio, de língua?
VOCÊ FAZ ALGO DE BOM PARA O UNIVERSO?
O ser humano muitas vezes se transforma naquilo que ele acredita ser
Podemos ainda nos encontrar dentro de nós mesmos
Basta saber procurar, e ter paciência
Procure a caridade dentro das suas entranhas sangrentas, podres e mal cheirosas
Ela pode existir lá no fundo
E existe eu sei, do contrário eu não estaria escrevendo pra você
Do contrario o sol não existiria
E a palavra AMOR seria apenas mais uma palavra...

Tuesday, February 06, 2007

_A puta queria ser atriz.
Alguém disse no seu enterro.
E deram uma risada alta.
Incomodou o coveiro.
_ E continua gostosa, mesmo morta.
Outra risada, dessa vez mais baixo.
Haviam quatro pessoas em volta.
Nenhum parente, apenas clientes.
A terra começou a cobrir o caixão.

A noite o coveiro voltou ao tumulo.
Cavou durante duas horas seguidas sem descanso.
Tirou a puta do caixão.
Arrancou suas roupas com violência.
E comeu a puta morta.
Depois do ato ele elogiou a puta.
De uma maneira que ela nunca havia sido antes.
Foi a melhor coisa que disseram sobre ela.
Pena ela não estar viva para escutar.
O coveiro disse:
_Valeu a pena desenterrar.
Um momento de espera

Esperando por você consegui sentir algo muito pessoal. Como será você que está por vir? O inesperado abre as portas para a imaginação, e na dedicação por esta maleabilidade pensativa me deparo com a morte, que é tão forte. Mais forte que a morte para um vivo é seu próprio poder. Dizem que os sentimentos são respostas dos pensamentos, mas quando estou a pensar e surgi um sentimento que traz a sensação de que se deve pensar no próximo instante, no que meu poder deve reger, sinto o quanto penso em devaneios – isso para não escrever o que palavras roucas pelo passar de tempo dizem na fria noite de verão para quem não tem sono, mas, não quer ouvir.
Sei que você está por vir, mais um pensamento, e o que devo pensar? Antes de responder sei que devo lembrar do respeito, o poder pelo respeito. Sabe-se das forças naturais e por isso maior que o poder deve-se o respeito. Respeitar os pensamentos, e os que não são seus também. Pois, quem está por vir sou eu que sempre te esperou.
Muito prazer sou o teu pensamento, aquele que te faz sentir. Você sempre pensou que eu fosse você, mas saiba que você sou eu. Gostaria de dizer que sei que ás vezes não sou como desejas, saiba que não sou de muitas mentiras, pois, é você que não me vê a todo instante. Não me entenda mal, nunca quis seu mau, acontece que meu respeito é maior que seu poder. E o seu querer por mim está esquecido, ando só, não pensas em mim como em você, não se esqueça que também tenho sentimentos. E apesar do meu respeito ser pequeno perto de tantas coisas, deveríamos ser um só, mas sabemos que um só não compraria o que três compram separadamente. O que quero dizer é que estou com saudades de você, meu amor.

De seu amor, para meu amor.


P.S.: Não pense você que as separações estão nas assimilações. Encare isso de frente e descobrirá que está dentro de você, você quis assim não eu.
(texto criado por Rafael Garrafa - garrafilts@yahoo.com.br)