Tuesday, April 18, 2006

Quando eu morrer, não fechem a porta do meu quarto.

Se por ventura, ao acaso, eu morrer antes de ti, faça-se esse o meu ultimo pedido, não feche a porta do meu quarto, nem mesmo no velo de meu corpo, não obstrua a vista da minha doce fortaleza, meu quarto.
Permita meus amigos o visitarem, pegarem coisas emprestadas, mas certifique-se de que irão devolver, permita a família de em minha cama repousar, ou, passar a noite, mas não feche a porta de meu quarto.
Pois, se fechar, mata a minha lembrança, e fica com cara de lugar proibido, coloca uma pedra sobre o buraco, um ponto final sobre minha vida vivida.
Não quero meu quarto envolto em mistério, sombrio mistério, deixe que entrem, deixe que saiam, não quero as crianças com medo do quarto do defunto, não quero os velhos com medo de abrir a porta e se deparar com lembranças esquecidas, e chorar, quero que se acostumem com meu quarto aberto, trate-o como se eu estivesse ali, pois talvez eu esteja, e não transforme em depósito, com cheiro de esquecimento, com cheiro de passado, olhe para o meu quarto e lembre, quantas vezes eu estava ali, deitado, ou em pé, meu cheiro pode ser que sobreviva aos desgastes dos anos, não quero que perca a minha alegria, a alegria do meu quarto.

Então, se ao acaso eu morrer antes de ti, não quero que fechem, a porta do meu quarto.

2 comments:

Vidas que falam said...

Carlos... carlos, com certeza entrari no seu quarto a procura de bons livros ... mas manterei a porta sempre aerta , talvez para que outros cheiros tb saiam .
Grande abraço
vivi

Anonymous said...

hehehe!!!
Só a Vivi mesmo, aki vc num vai atualizar esse blog mais não???
Bjos
Isis